quinta-feira, 22 de março de 2018


A EPOCA EM QUE VIVEMOS

            Num momento crítico de nossa era, que relembra a época das grandes mudanças da Grécia antiga, sentimos nossa vida moral ameaçada e a vida intelectual desafiada pela desintegração dos antigos costumes e das crenças passadas, divorciadas dos problemas que hoje nos afligem.
            Estamos no limiar de um novo paradigma comportamental! Tudo é novo em nossas ideias e ações; nada é certo ou estabelecido. A complexidade, a variedade e o ritmo das mudanças de hoje não tem precedentes. Ao nosso redor todas as formas estão alteradas, desde os modernos meios de produção e a alta tecnologia que nos mantém num constante movimento nesta vida, das inovações no relacionamento e na comunicação intra e interpessoal à áspera desilusão de nosso espírito.
            Ondas e ondas de novas sociedades nos atingem cada vez mais rapidamente. A agricultura, de quase três mil anos, promovida a indústria; a aldeia transformada em cidade e a cidade em metrópoles, em menos de 150 anos.
            Isto elevou a ciência, deprimiu a arte, libertou o pensamento, pós fim à aristocracia, deu força à democracia e ao socialismo, abalou o casamento, abalou a família, quebrou o velho código da moral, alçou a excitação acima do contentamento, enfatizou a busca cega pelo novo e a obsessão pelo rápido, roubou-nos o mais precioso da espiritualista e deu-nos em troca uma filosofia de vida puramente mecânica e fatalista.
            Movimentamo-nos na Terra a uma velocidade nunca antes alcançada mas não sabemos para onde vamos, nem por que vamos ou se no fim da viagem, encontraremos algum tipo de felicidade.
            No encalço dos países ditos de Primeiro Mundo, buscamos, sem nenhuma referência, as regras do novo paradigma, a onda da sociedade produtiva, cujos critérios fundamentais sequer conhecemos. A nova onda da sociedade produtiva nos ensina a fazer mais e melhor, com menos esforço. Estas mudanças ocorrem muito rápido, o que significa que fica cada vez mais difícil solucionar e realizar os novos padrões de qualidade.
            Nos últimos sessenta anos trocamos, confusamente, o campo pela fábrica, pelos escritórios e pelo mundo. A antiga simplicidade dos impulsos é substituída por caóticas experimentações intelectuais. Tudo tem que ser exageradamente pensado e agregado a um volume significativo de preocupações, desde a fórmula artificial de alimentação de nossas crianças até as mensagens que recebemos de minuto a minuto em nosso Whatsapp.
            Somos seres humanos que não conseguem mais caminhar instintiva e naturalmente, mas pensando exageradamente nas próprias pernas. Perdemos o propósito de vida e nossos objetivos a longo prazo, em meio à poluição de informações. Com esta perda, somos hoje fragmentos de homens, nada mais. Confusos e amedrontados com o futuro!
            Mais do que nunca precisamos despertar nossos recursos e potenciais ainda adormecidos. Despertar os poderes de comunicação e de lideranças da própria vida e buscar uma sadia unidade entre espírito, mente e corpo. Temos que lutar pelo que é certo para a coletividade e não para alguns. Temos que melhorar nossa comunicação e nossas relações humanas.
Somos ainda muito negligentes e contraditórios em nossa maneira de pensar e pedir.
            Falsas informações nos destroem. Embebedamo-nos com a ilusão do poder e do sucesso. A saída esta na sabedoria, isto é, no uso eficaz de nosso conhecimento. A vida é uma escola. Que possamos usar este conhecimento adquirido em nossas decisões e que possamos, de igual forma, desenvolver a nossa capacidade de nos comunicarmos.
            Se o próprio Jesus afirmava que somos exatamente o que pensamos, e se ainda somos infelizes e frustrados, a responsabilidade dessa situação é exclusivamente decorrente do mau uso que fazemos de nossa mente!

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